🥈TypeScript avança e SQL mantém-se em alta em novo ranking de linguagens
Ranking do IEEE tem Python em 1º, JavaScript em 3º e Rust nas tendências. Mais: a criação de uma feature para a IA com IA; Git além do básico; Bun 1.1.25; e reconstruindo o React do zero.

Falamos de rankings de linguagens de programação em 01/07 e 17/08, e, antes que pareça repetitivo: acabou de sair outra classificação, a do IEEE Spectrum, publicação especializada do IEEE (Institute of Electrical and Electronics Engineers).
Por ser a maior associação de profissionais técnicos do mundo, e até pela metodologia usada, vale conferir o levantamento.
Metodologia multifacetada
O IEEE usa três e não apenas uma classificação para medir a popularidade das linguagens:
Spectrum: focado nos interesses dos membros IEEE e engenheiros de software ativos;
Tendências: as linguagens que estão “bombando” no momento;
Empregos: mostra quais linguagens os empregadores estão procurando.
As fontes de dados são variadas: Google, Stack Overflow, IEEE Xplore, sites de emprego, GitHub, livros e até tags do Discord, como pode ser conferido na metodologia. Dito isto, vamos aos rankings.
TypeScript e Rust: estrelas em ascensão
TypeScript, superset de JavaScript, está voando. No ranking de empregos, subiu da 11ª posição no ano passado para a 4ª posição este ano. Por quê? Simples: JavaScript domina o desenvolvimento web full stack, e TypeScript adiciona a camada extra de segurança e escalabilidade que projetos grandes precisam.
Rust vem ganhando terreno em vários rankings. É usada em programação de sistemas e vista como potencial sucessora de C e C++. O forte dela é segurança de memória. Ganhou importância nisto depois que até a Casa Branca recomendou seu uso. E quando até Linus Torvalds, o pai do Linux, diz que quer mais Rust no kernel, tradicionalmente feito em C, dá para entender a importância.
Python: campeã invicta
Python continua no topo em todas as categorias. Não é à toa: domina em IA, Machine Learning, e é a queridinha nas universidades. Não raro, é a primeira (e, às vezes, única) linguagem que muitos estudantes aprendem na academia.
SQL: azarão que todo mundo usa
Enquanto Python lidera geral, SQL surpreende liderando o ranking de empregos. Motivo? De análise de dados a administração de bancos, passando por backend e devops, todo mundo acaba usando SQL. Mesmo com NoSQL e outras novidades, o bom e velho SQL não sai de moda em muitos negócios.
O resto do pelotão
Java, JavaScript e C++: é o “trio parada dura”, logo atrás do Python tanto nos rankings Spectrum e Tendências.
Novatas de nicho: Apex (linguagem específica para Salesforce) e Solidity (para contratos inteligentes no Ethereum) estão entre novatas citadas pelo próprio IEEE.
C perdendo terreno: caiu de 4ª para 9º no ranking Spectrum e 7ª para 13º em Empregos, do ano passado para cá. O motivo é Rust roubando a cena.
As imortais: COBOL e Fortran, com 65 anos, ainda têm lugar. COBOL nos sistemas legados de governo e finanças, Fortran na física de alta energia.
O que isso significa?
Se você procura um porto seguro para aprender e se manter, mire na tríade Python, JavaScript (com TypeScript!) ou Java. E não esqueça do SQL, que combina com qualquer uma delas ou com outras linguagens.
Está em JavaScript? Faça um favor a si mesmo e se aprofunde em TypeScript. Vai melhorar seu código, suas chances de emprego e a colaboração em times.
Quer algo novo? Dá uma olhada em Rust e aproveite para aprender alguns fundamentos da computação com ela. E lembre-se que mesmo as linguagens nichadas podem ser diferenciais. Confira os rankings completos.
❓ O que é “garbage collection (GC)”?
Linguagens de programação atuais nos livram dessa preocupação. Mas vale um entendimento mínimo de como funciona. Resposta, no fim desta edição.
⚡ Anthropic Artifacts: lições de desenvolvimento ágil na (e com) IA
Artifacts é um recurso do LLM Claude, da Anthropic. Permite que a IA gere desde planilhas em CSV e diagramas mermaids até trechos de código e aplicações interativas. The Pragmatic Engineer traz um artigo que conta a história de como ele foi criado de forma ágil por engenheiros. Começou com protótipo em Streamlit (lib para apps em Python) e evoluiu para Node.js, com React, Next.js e Tailwind. Curioso é que o próprio Claude (IA) foi usado para codar, inclusive parte da lógica de backend. Mais que um relato de IA, é um relato de devs entregando uma feature em uma IA, com ajuda dela, e com libs populares. Parte do artigo é paga, mas a parte gratuita já dá uma boa noção dos bastidores.
🥷 Dicas para Git além do básico + múltiplas contas com SSH
Se você já usa o básico do Git, há dicas e truques que podem incrementar sua prática. Este artigo na Honeybadger ensina a fazer commits vazios para acionar processos de CI, melhorar a visualização do log, limpar branches locais e usar add -p
para mudanças seletivas. Também ajuda a recuperar commits deletados com git reflog
e aproveitar a doc integrada do Git para aprender. Somando a isso, esse outro artigo ajuda a configurar chaves SSH para várias contas GitHub no mesmo host, o que costuma ser mais complicado do que para hosts diferentes.
🏇 Bun 1.1.25 chega com mais velocidade e compatibilidade com Node.js
Bun 1.1.25, runtime JavaScript, chegou com ganhos interessantes de velocidade e mais recursos, principalmente maior integração com Node.js. Só uma demonstração da feature node:cluster
, que pode ser usada para executar várias instâncias do Node.js, atendeu 1,29 milhões de solicitações HTTP por segundo em TypeScript. Uploads para S3 também ficaram 5x mais rápidos. Foi implementado, ainda, suporte à API C++ V8, a mesma usada no Node.js e no Chrome, mudança considerada notável (e de engenharia difícil), já que o Bun é feito em JavaScriptCore, mecanismo do Safari. Mais melhorias podem ser conferidas no anúncio oficial.
🤖 Giro da IA: Top 100 AI apps, prompts que orientam Claude e mais
A a16z, empresa de venture capital do Vale do Silício, publicou o ranking Top 100 AI Apps (50 web apps e 50 apps móveis), por popularidade e uso. Ferramentas criativas, para texto, áudio e vídeo, representam 52%. ChatGPT continua líder, com character.ai (gêmeos digitais) em 2º, Perplexity (motor de busca por IA) em 3º e Claude subindo a 4º. Apps chineses vem ganhando espaço e uma curiosidade fica por conta de apps de namoro com IAs. Vale conhecer as ferramentas. Ainda na IA, Anthropic deu transparência aos prompts que orientam o comportamento do Claude; Google lançou novas versões do Gemini via API; e trabalhadores de call centers das Filipinas são alguns dos primeiros desempregados pela IA.
⚒️ React do zero: uma jornada de aprendizado
Coisa de maluco ou de obstinado, não há como saber. Mas que é um ótimo exercício para aprendizado, não há dúvida. Um estudante de Ciência da Computação chamado Robby Pruzan relata como foi recriar o React do zero. Ele aborda desde renderização de elementos na tela até atualizações eficientes do DOM. Os principais hooks, como useState
e useEffect
, estão implementados e comentados. Segundo Pruzan, a experiência ajudou a entender melhor o funcionamento interno e decisões de design do React, descobrir comportamentos ocultos e aprender a raciocinar sobre cenários complexos. Vale leitura e há um GitHub da iniciativa.
✅ Resposta: O que é “garbage collection (GC)”?
Garbage collection (GC) ou “coleta de lixo” é um mecanismo automático de gerenciamento de memória que identifica e libera objetos não utilizados por um programa, evitando vazamentos de memória. Está presente na maioria das linguagens de programação. JavaScript, por exemplo, tem um algoritmo que identifica objetos não alcançáveis, marca-os como lixo e depois varre a memória para liberá-los. Java age na idade dos objetos e Python usa contagem de referências. Isso livra programadores de ter de alocar e desalocar memória manualmente, ao contrário de C ou C++, que dão total responsabilidade ao programador sobre isso. Rust, usada para mesmos fins que C e C++, tem GC automático, mas permite alguma manualização e incentiva o programador a pensar sobre. Aqui, uma visão geral. Aqui, GC em JS e aqui, em C, aos curiosos.
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