👩🏻🦰 O que devs da Geração Z pensam sobre o trabalho
Pesquisa revela visão de nascidos entre 1997 a 2012. Mais: Apple Intelligence, projeto open source para apps multiplataforma, TypeScript 5.5 e curiosidade sobre linguagens e gasto de energia.

Geração Z ou "GenZ" é o rótulo dado às pessoas nascidas entre 1997 e 2012, ou seja, que têm de 12 a 27 anos em 20241. Muitas e muitos estudantes de Ciências ou Engenharia da Computação, Análise de Sistemas e bootcamps de programação certamente estão nesta fase. Muitas e muitos devs em início de carreira e juniores também devem se encaixar na classificação.
The Pragmatic Engineer, uma das publicações de maior sucesso da área, fez uma pesquisa com pessoas dessa faixa etária. Embora o universo seja de 122 respondentes, a maioria dos EUA e Europa, há percepções que podem ser esclarecedoras a quem se reconhece na GenZ, a devs ou líderes mais velhos que convivem com pessoas dessa geração e a empresas que precisam entender tal força de trabalho. As principais constatações estão resumidas a seguir.
Como a GenZ se vê?
Ela se considera mais informal, aberta ao trabalho e articulada sobre suas emoções em relação a outras gerações.
Sabe quando está sendo mal interpretada, mas normalmente se cala frente a superiores e mais velhos.
Quer participar e não ser subestimada.
Considera salários e benefícios importantes, mesmo que nem sempre faça disso o principal critério em um trabalho, e sabe quando está em uma empresa pior do que a de colegas.
Tem um forte viés para tecnologia atual, gostando de explorar novas ferramentas e não gostando de débitos técnicos legados nem de burocracia (aliás, tem alguém que gosta disso?).
Algumas consideram seu trabalho mais difícil do que o esperado, e não por dificuldades técnicas, mas porque acabam programando menos do que gostariam e não sendo desafiadas.
Valores
A GenZ procura equilíbrio entre trabalho e vida pessoal, flexibilidade e autonomia — a ponto de algumas não fazerem do trabalho uma questão "central" na vida, como os mais velhos.
Valoriza trabalho remoto ou híbrido, em vez do presencial.
Preza por cultura aberta e transparente e, principalmente, procura trabalhos com propósito. Tanto que uma em cada três pediria demissão se a cultura da empresa não estivesse alinhada com seus valores.
Gosta de líderes que se preocupam com a equipe e valoriza integrações, oportunidades de aprendizado e orientação, buscando crescimento profissional e pessoal.
Frustrações
Falta de progressão na carreira, falta de onboarding estruturado ao ingressar em empresas, falta de documentação e de mentoria são motivos para insatisfação no trabalho.
Da mesma forma, processos em excesso (como muita burocracia, regras ou reuniões) ou insuficientes (nenhuma estrutura, falta de clareza e de direcionamento) também são insatisfatórios.
Ao contrário do que pode parecer, a GenZ se preocupa com a saúde financeira da empresa e se frustra se não obtém informações transparentes sobre os negócios, seja em períodos de crescimento ou em crises.
Colegas mais velhos
A GenZ não tem afinidade com as conversas dos mais velhos (que, em sua opinião, tendem a girar em torno de família, filhos e "reformas da casa"). Sua vida, aos 20 e poucos anos, ainda é imprevisível para o interesse em tais papos.
Visão de que os mais velhos ou "não dão a mínima para o trabalho" e atuam mecanicamente, sem paixão, ou de que, então, “dão tudo pelo trabalho", vivem para trabalhar e são consumidos pela profissão.
Curiosamente, gostaria que os mais velhos se comunicassem melhor por escrito.
Também afirma que os mais velhos tendem a dar feedbacks "severos" (menos empáticos, um pouco grosseiros), que não se atualizam sobre novas tecnologias e que estão subestimando a IA.
Mas também reconhece que os mais velhos trazem conhecimentos, preocupam-se com melhores práticas, são mais calmos em crises e gostam de contar "histórias de guerra" (desafios pelos quais passaram).
GenZ se relaciona melhor com Millennials (nascidos entre 1981 e 1996, isto é, 28 a 43 anos) do que com com GenX (nascidos entre 1965 a 1980, ou seja, 44 a 59 anos).
E, definitivamente, considera que pessoas mais velhas não entendem do marketing, design, tendências e da cultura que a GenZ consome, como youtubers e canais de tecnologia.
Uma mensagem aos mais velhos: dar mais apoio aos jovens.
A maioria dos respondentes da pesquisa está na faixa de 23 a 27 anos, o que certamente espelha a realidade de muitas startups e empresas de tecnologia — incluindo a Be. Vale a leitura completa das percepções em "What do GenZ software engineers really think?". Tire um tempo porque é um artigo longo, mas muito rico, principalmente pelos depoimentos dos respondentes.
📱Apple Intelligence chega com LLM no iOS 18 e Siri turbinada com ChatGPT
A Apple realizou esta semana a WWDC 2024, sua conferência anual para desenvolvedores. Foi o suficiente para a empresa voltar a ser a mais valiosa do mundo. Houve uma série de anúncios, mas os principais foram na IA, isto é, da chamada "Apple Intelligence". A novidade é um conjunto de LLMs que rodam no dispositivo (no iOS 18 em Iphones 15 Pro e no macOS 15 em Macs com chip M1 ou superior), uma nova Siri capaz de consultar o ChatGPT, e muitos recursos inteligentes como resumir e-mails e gerar respostas, criar emojis, gerar imagens, pesquisar em fotos por linguagem natural, editar fotos etc. O rol de anúncios pode ser conferido neste resumo da The Verge ou, na íntegra, no site da conferência.
🐧Linux Foundation lança projeto para desenvolvimento de apps multiplataforma
A Linux Foundation Europe lançou o Open Mobile Hub (OMH), um projeto de código aberto para o desenvolvimento de aplicativos móveis multiplataforma. OMH oferece uma estrutura unificada para criação de aplicativos que podem ser implantados em diferentes sistemas operacionais móveis. O projeto contém SDKs de autenticação, mapas, localização e armazenamento. O objetivo é reduzir complexidades e custos. Além de simplificar o processo de integração com diferentes serviços, OMH é extensível por meio da criação de plugins personalizados. Mais sobre a iniciativa no site do OHM.
🚀 TypeScript 5.5 entra em release candidate com melhorias importantes
TypeScript 5.5 entrou na fase de release candidate (após o beta e antes da versão estável). A versão traz diversas melhorias importantes, como Inferred Type Predicates (que permitem inferência de tipos mais precisa dentro de funções, útil ao lidar com arrays e objetos), otimização de fluxo de controle, importações de tipos em JSDoc, verificação de sintaxe para expressões regulares, novos métodos para objetos Set do ECMAScript, entre outras. A lista completa está no DevBlogs da Microsoft.
💬 Uma lib frontend JavaScript para construir interfaces para LLMs
NLUX é uma biblioteca JavaScript open-source que permite adicionar facilmente recursos de inteligência artificial conversacional, baseados em LLMs como o ChatGPT, a aplicativos web. Fornece componentes React prontos para criação de interfaces de chat com IA, bem como hooks e adaptadores que permitem integrar qualquer LLM por meio de APIs populares como as da OpenAI, LangChain, Hugging Face e outras. A biblioteca possibilita renderizar as respostas do modelo em tempo real conforme são geradas, personalizar avatares e descrições dos participantes do chat, e customizar a aparência.
🔋Qual linguagem de programação consome mais energia?
Questão interessante em época de green software. Pesquisadores portugueses resolveram testar. Em um estudo com 27 linguagens, por meio de 10 benchmarks, linguagens compiladas como C, C++ e Rust foram as mais eficientes em consumo energético e desempenho. No oposto, menos eficientes e consumindo mais energia, ficaram as interpretadas ou que rodam em máquinas virtuais, como Python e Ruby. Em média, linguagens compiladas consumiram 120J (joules) de energia, enquanto linguagens que rodam em máquinas virtuais ou interpretadas consumiram, respectivamente, 576J e 2365J. As informações completas estão no estudo e um resumo amigável pode ser lido na The News Stack.
❓Você sabe o que é composição de funções?
Currying, tema da pergunta anterior e cuja resposta segue abaixo, é uma maneira de fazer composição de funções. Talvez você já faça isso e nem saiba. Pesquise. Responderemos na próxima edição.
A propósito, a resposta à pergunta anterior é: currying é uma técnica na qual uma função que aceita múltiplos argumentos é transformada em uma sequência de funções, em que cada uma aceita um único argumento. Em vez de uma função f(x, y)
que aceita dois argumentos simultaneamente, ela é convertida para f(x)(y)
, onde f(x)
retorna uma nova função que aceita y
como argumento. Isso facilita a composição de funções e a reutilização de funções parciais, principalmente em linguagens de Programação Funcional (FP), mas também naquelas que admitem alguns recursos deste paradigma. A técnica recebeu o nome em homenagem ao lógico Haskell Curry. A Wikipedia traz uma explicação matemática. Aqui, um tutorial de currying em JavaScript. E aqui, outras explicações mais palatáveis.
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Voltaremos com mais fatos, tendências e dicas na próxima semana. Curta, compartilhe, comente e vote na enquete. Obrigado por ler e por estar com Be!
Vale esclarecer que os termos GenZ (1997-2012), Millennials ou GenY (1982-1994), Baby Boomers (1946-1964), GenX (1965-1980) e Gen Alpha (2013-2024) são classificações etárias usada para fins consumo e marketing, e mais condizente com países ocidentais, notadamente os EUA e partes da Europa. As classificações podem não corresponder precisamente a preferências, opiniões e comportamentos de pessoas da mesma idade de outras regiões do mundo e culturas, como Ásia, Oriente Médio e mesmo partes da América Latina.