📏 IA nas empresas: distância entre experimentação e uso real
Apenas 15% das empresas usam IA no dia a dia, mesmo após testes iniciais. Mais: nova arquitetura do React Native, framework web para Rust, Claude opera computadores e simplicidade no sucessor do Arc.

A Inteligência Artificial está cada vez mais presente em organizações, mas a realidade de sua adoção é mais complexa do que parece. De acordo com o estudo "Gen AI at Work", da Capgemini, embora 97% das lideranças já tenham experimentado a tecnologia, apenas 15% a utilizam diariamente.
Entre as empresas que já adotam a tecnologia, surge um padrão interessante na forma de integração. Em 46% das equipes, a IA é vista como uma ferramenta que aprimora recursos e fluxos existentes. Em 23%, atua como subordinada, executando tarefas estruturadas sob supervisão humana. E em 30% das equipes, já é considerada um membro efetivo — em 13% desses casos como complemento ao desempenho humano e em 17% como agente autônomo.
A pesquisa mais recente da Gallup sobre adoção de IA revela discrepância entre lideranças e funcionários. Enquanto 93% dos Chief Human Resources Officers (CHROs) das empresas Fortune 500 afirmam usar ferramentas de IA para melhorar práticas de negócios, cerca de 70% dos funcionários nunca usaram IA em suas atividades, e apenas 10% a utilizam semanalmente. Entre quem a utiliza, as aplicações mais populares são: geração de ideias (41%), consolidação de informações (39%) e automação de tarefas simples (39%).
O descompasso entre estratégia e implementação também se reflete na receita. Um relatório recente da Kyndryl mostra que apenas 42% das organizações obtiveram retorno positivo em seus investimentos em IA. As principais preocupações das lideranças são privacidade e segurança (31%) e os desafios para alcançar ROI (Retorno sobre Investimento) positivo (30%).
Chris Perry, autor do livro "Perspective Agents", coloca o dedo na ferida: as empresas não estão investindo o suficiente no lado humano da equação. "Para cada dólar investido em um modelo de linguagem cada vez mais poderoso, é preciso investir uma quantia igualmente grande para treinar os seres humanos", afirma. Perry alerta que, sem esse equilíbrio, as organizações podem terminar com "uma pilha de tecnologias que as pessoas não saberão como usar".
O cenário sugere que estamos em momento de transição. As empresas reconhecem o potencial da IA, mas ainda buscam maneiras efetivas de integrá-la ao trabalho diário. A boa notícia é que esse gap entre experimentação e uso real representa uma oportunidade para quem souber combinar conhecimento técnico com a capacidade de aplicar a tecnologia.
Para os profissionais de tecnologia, o momento pede um olhar além do código. A combinação entre conhecimento técnico e aplicação prática começa por entender os problemas reais que a IA pode resolver em suas áreas de atuação. Mais importante ainda é desenvolver a capacidade de explicar essas possibilidades para times não-técnicos e trabalhar com eles na implementação — habilidade valorizada neste momento de adoção gradual da IA.
❓Você sabe a diferença entre o optional chaining (?
) e operadores lógicos em JS?
São operadores que aparecem com frequência no código e costumam confundir iniciantes. Entenda no fim desta edição.
🏎️ Nova Arquitetura do React Native promete melhor desempenho
O React Native 0.76 traz mudanças em sua arquitetura, resultado de uma reescrita iniciada em 2018. A nova versão substitui a antiga "bridge" por um sistema que permite comunicação direta entre JavaScript e código nativo, o que deve resultar em aplicativos mais rápidos e responsivos. As principais melhorias são o suporte a recursos do React 18, como Suspense e Transitions, e a possibilidade de executar atualizações urgentes e não urgentes de forma independente. O lançamento já está disponível e, segundo a equipe do React, a maioria dos aplicativos poderá fazer a atualização com o mesmo esforço de versões anteriores. O código foi testado em larga escala no Facebook e Instagram.
🔩 Rust ganha framework web inspirado em Django e Rails
Volta e meia citamos Rust como uma linguagem que vem ganhando adeptos. Agora, quem quer se aventurar nela sem sair de um domínio conhecido — o desenvolvimento web — tem um motivo. O RWF (Rust Web Framework) segue padrões já estabelecidos em Django e Rails: estrutura MVC, ORM para PostgreSQL, templates dinâmicos e sistema de migrações. Também há recursos como WebSockets e um servidor WSGI para migração de aplicações Django/Flask. Ainda em desenvolvimento inicial e sem indicação para uso em produção, o projeto open source oferece documentação e exemplos. Uma boa dica para quem quer conhecer Rust sem abandonar o ambiente web.
🖱️ Claude já consegue operar computadores (em beta)
A Anthropic anunciou que o assistente de IA Claude 3.5 Sonnet pode agora usar computadores como um humano faria — movendo o cursor, digitando e clicando em botões. O recurso, disponível via API para desenvolvedores, permite ao modelo realizar tarefas que exigem dezenas ou centenas de etapas, como avaliar aplicações durante o desenvolvimento. Ainda em fase experimental, apresenta algumas limitações em ações como rolagem e zoom. Empresas como Replit já exploram a novidade para automatizar tarefas de desenvolvimento. A Anthropic também lançou o novo Claude 3.5 Haiku, versão mais rápida do modelo, com foco em codificação.
🖥️ Browser Company prepara navegador mais simples que o Arc
A empresa criadora do navegador Arc anunciou que está desenvolvendo um novo browser com foco em simplicidade. Josh Miller, CEO da companhia, afirmou que, apesar do crescimento do Arc em 2024, a empresa percebeu que seu produto atual é complexo demais para atingir o público mais amplo. O novo navegador terá abas horizontais e promete facilitar a migração dos usuários. Um dos objetivos é automatizar tarefas repetitivas entre diferentes aplicações. Segundo Miller, o lançamento pode ocorrer no início de 2025. A empresa garante que manterá o desenvolvimento do Arc, mas apenas com atualizações de estabilidade e correções.
🔥 Afinal, quanto tempo leva para se tornar sênior?
Em artigo em seu blog, o desenvolvedor Trevor Lasn questiona a prática de promover desenvolvedores a engenheiros sênior com apenas três ou quatro anos de experiência. Para ele, o tempo seria insuficiente para adquirir as habilidades técnicas e de liderança necessárias ao cargo. A origem do problema estaria na competição por talentos: empresas menores, sem poder oferecer os mesmos salários das big techs, usariam títulos inflados como forma de atrair e reter profissionais. O texto argumenta que essa prática prejudica o setor ao criar expectativas irreais e colocar pessoas em funções para as quais ainda não estão preparadas. Concorda?
✅ Resposta: Você sabe a diferença entre o optional chaining (?
) e operadores lógicos em JS?
São operadores com propósitos diferentes no código. Optional chaining (?
) verifica se um valor existe antes de tentar acessar suas propriedades: em user?.name
, por exemplo, verifica se user
existe antes de tentar acessar name
, evitando erros. Já os operadores lógicos avaliam valores de forma diferente: ||
retorna o primeiro valor "verdadeiro", enquanto &&
retorna o primeiro valor "falso" ou o último valor verdadeiro. A distinção é importante porque ?
torna o código mais seguro ao lidar com valores possivelmente nulos, enquanto ||
e &&
são para lógica condicional — são ferramentas complementares, não substitutas.
Obrigado por ler!
Voltaremos com mais fatos, tendências e dicas na próxima semana. Curta, compartilhe, comente e vote na enquete. Obrigado por ler e por estar com a BeTalent!