🧰 VS Code amplia recursos de IA e simplifica uso do GitHub
Nova versão do editor permite edições simultâneas em arquivos via Copilot. Mais: proposta para dividir JavaScript em duas, ChatGPT integra busca na web e GPUs realizam façanha em números primos.

O VS Code ganhou neste mês uma série de recursos que tornam o editor mais inteligente e prático. A versão 1.95, lançada em outubro, traz novidades no GitHub Copilot, que agora pode fazer edições em vários arquivos simultaneamente e revisar código, além de facilitar o uso de múltiplas contas do GitHub.
O recurso Copilot Edits permite propor mudanças em diversos arquivos do projeto a partir de comandos em linguagem natural. Por exemplo: ao pedir "adicione uma barra de navegação simples em todas as páginas", o Copilot sugere as alterações necessárias, que podem ser revisadas diretamente no editor.
Outra novidade é a possibilidade de pedir ao Copilot uma revisão rápida do código, em trechos específicos ou em todas as mudanças não comitadas. O assistente adiciona comentários no editor e, quando possível, sugere correções que podem ser aplicadas com um clique.
Para quem trabalha com vários projetos e contas, o VS Code agora permite logar em múltiplas contas do GitHub ao mesmo tempo. É possível, por exemplo, usar uma conta para sincronizar configurações e outra para o GitHub Copilot, ou alternar facilmente entre elas para diferentes projetos.
O Chat do Copilot também foi aprimorado. Agora ele detecta automaticamente o contexto relevante para cada pergunta e permite controlar se o código atualmente aberto deve ser considerado na resposta. A ferramenta ganhou ainda uma nova posição padrão na interface, em uma barra lateral secundária que pode ser mantida aberta enquanto se trabalha.
A Microsoft tem investido na integração entre VS Code e IA, mas sem esquecer recursos tradicionais: a nova versão traz melhorias na exibição de ícones no painel inferior e um novo indicador visual para configurações experimentais ou em preview no editor de Settings.
Outros recursos que a versão traz são:
Suporte ao Python: nova visualização de variáveis no REPL nativo e geração de docstrings com Pylance.
Melhorias nas sugestões de importação para Python.
Chat do Copilot agora pode pesquisar símbolos no workspace com links interativos.
Nova extensão Web Search para Copilot, que traz informações atualizadas da web.
Extensão para criar e modificar diagramas usando Mermaid através do chat.
Extensão Data Analysis para análise de dados e geração de visualizações.
Nova extensão VS Code Commander para configurar o ambiente via chat.
Extensão Vision for Copilot Preview para usar imagens nas conversas.
Suporte ao TypeScript 5.7 (preview).
Atualização automática de imports ao colar código em JavaScript/TypeScript (experimental).
Novo recurso experimental para dobrar/desdobrar docstrings no Python.
Suporte a ícones Codicon em telas de boas-vindas.
O VS Code 1.95 está disponível para Windows, Mac e Linux no site oficial do editor. Mais informações no anúncio oficial das atualizações.
❓Você já ouviu falar sobre race condition?
É um problema sutil que pode afetar desde requisições HTTP até manipulação do DOM. Resposta no fim da edição.
⚔️ Engenheiro do Google propõe dividir JavaScript em duas
Shu-yu Guo, engenheiro de software do Google especializado em JITs, VMs e compiladores, apresentou uma proposta para dividir o JavaScript em duas linguagens: uma versão mais simples (JS0), para ser implementada por motores de runtime, e outra mais avançada (JSSugar), que dependeria de ferramentas de compilação. A apresentação foi feita na reunião TC39 — do comitê de padronização da ECMAScript, que dita o padrão de JS —, e tem coautoria de profissionais da Mozilla, Apple, Moddable e Sony. A proposta, que é impulsionada pelo Google, naturalmente causou controvérsias e requer mais debates. Mais informações em artigo no DevClass e na apresentação de Guo.
🔍 ChatGPT agora tem busca na web integrada
O ChatGPT ganhou uma função de busca na web que promete respostas mais rápidas e atualizadas, acompanhadas de links para fontes confiáveis. O recurso, disponível inicialmente para assinantes Plus e Team, ativa-se automaticamente conforme a pergunta ou pode ser acionado manualmente. A ferramenta já inclui parcerias com veículos de imprensa como Associated Press, Reuters e Financial Times, e traz designs específicos para exibir informações sobre clima, ações, esportes e mapas. A OpenAI afirma que o modelo de busca é uma versão aprimorada do GPT-4, treinada com novas técnicas de geração sintética de dados. Usuários gratuitos terão acesso nos próximos meses. Mais no anúncio oficial.
🪄 GitHub lança ferramenta para criar micro aplicativos no-code com IA
O GitHub lançou em versão prévia o Spark, ferramenta que usa inteligência artificial para criar pequenos aplicativos web no-code. O usuário descreve em linguagem natural o que deseja e o sistema gera o código, implementa e hospeda o aplicativo automaticamente. A plataforma oferece ambiente de execução gerenciado, armazenamento de dados e integração com modelos de IA. Os aplicativos podem ser compartilhados e personalizados por outros usuários. O GitHub Spark usa diferentes modelos de IA, como Claude 3.5 Sonnet e GPT-4, e permite editar temas, dados e prompts. A ferramenta está em fase de testes técnicos. Interessados podem saber mais no Github Next e se inscrever em lista de espera.
💔 Flutter ganha fork de ex-desenvolvedor da plataforma
O desenvolvedor Matt Carroll, ex-integrante da equipe Flutter no Google, anunciou o Flock, um fork do framework multiplataforma. A iniciativa surgiu, segundo ele, após "sinais de desaceleração" no desenvolvimento do Flutter, como congelamento de contratações em 2023 e demissões em 2024. Carroll aponta que o foco do Google em IA levou à estagnação do suporte para desktop e atrasos na correção de bugs. O Flock não pretende substituir o Flutter, mas adicionar correções e recursos que podem ser incorporados posteriormente pela equipe do Google. Mais no site da ferramenta e em artigo de Carroll.
🔢 Maior número primo descoberto marca um feito de GPUs
Um ex-engenheiro da Nvidia encontrou o maior número primo já descoberto, com mais de 41 milhões de dígitos (2136.279.841-1). Luke Durant usou uma rede de GPUs distribuída em 24 data centers de 17 países para realizar a façanha, que levou um ano e rendeu um prêmio de US$ 3 mil do Great Internet Mersenne Prime Search (GIMPS). O número pertence à categoria dos primos de Mersenne, obtidos pela fórmula 2n - 1, e foi detectado por uma GPU A100 em Dublin e confirmado por uma H100 Texas — ambas estão entre as mais avançadas da Nvidia, para treinamento de IAs (uma H100 custa cerca de US$ 25 mil). A descoberta marca o fim de uma era de 28 anos em que PCs dominavam essa busca matemática e demonstra como a área depende cada vez mais de avanços computacionais. Mais sobre a descoberta no site do GIMPS e mais sobre a saga de Durant neste artigo.
✅ Resposta: Você já ouviu falar sobre race condition?
Race conditions ocorrem quando o resultado de um código depende da ordem ou tempo de execução de operações concorrentes ou assíncronas. Um exemplo comum é o caso de duas requisições HTTP disparadas em paralelo onde a segunda precisa dos dados da primeira, mas por estar fora de sequência, finaliza antes, gerando inconsistências. No DOM, uma race condition pode surgir ao verificar a existência de um elemento e, antes de manipulá-lo, ele ser alterado ou removido, o que pode resultar em erros. Para evitar esses problemas, recomenda-se o uso de async/await
para controlar a sequência, Promise.all()
para execução coordenada de várias promessas e, no caso do DOM, MutationObserver
para monitorar mudanças. Visão geral na Wikipédia e um pouco sobre race conditions em JS aqui, aqui e aqui.
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