Um ano de BeTalent Academy: o que aprendemos e para onde vamos?
52 edições, centenas de insights e um ano acompanhando de perto IA, tecnologia e carreira. O que marcou esse primeiro ano e quais os próximos passos?

No dia 15 de março de 2024, a BeTalent Academy foi ao ar com sua primeira edição. De lá para cá, passaram-se 52 semanas, 52 edições, centenas de insights, dezenas de tendências analisadas e uma comunidade crescente de desenvolvedores acompanhando o que importa no mundo do software.
A proposta inicial era clara: trazer informação útil, sem enrolação, ajudando desenvolvedores a ficarem atualizados com tecnologia, IA e carreira sem precisar perder horas vasculhando a internet. Agora, um ano depois, podemos dizer que a missão foi cumprida – e que a jornada está só começando.
Hoje, vamos relembrar os temas mais relevantes que marcaram esse primeiro ano, os aprendizados ao longo do caminho e o que vem por aí.
O que acompanhamos neste um ano
Se há uma coisa que a tecnologia nos ensinou nesses 12 meses, é que tudo muda rápido, e cada vez mais. Olhar para trás é como encarar uma timeline acelerada: algumas tendências surgiram e desapareceram no mesmo ritmo de um hype passageiro, enquanto outras se consolidaram e mostraram que vieram para ficar.
Logo na primeira edição, falamos sobre Devin, o primeiro "engenheiro de software de IA", que prometia substituir desenvolvedores. O que parecia revolucionário logo se mostrou mais marketing do que realidade, mas a provocação ficou: até onde a IA pode realmente substituir o trabalho de um dev?
De lá para cá, acompanhamos a evolução dos copilotos de código, do GitHub Copilot ao Codeium, da adoção massiva de ferramentas de IA em IDEs às primeiras preocupações com código gerado automaticamente. Falamos sobre o fim do hype do prompt engineering, a ascensão dos modelos menores e mais eficientes, e a transição da IA de ferramenta genérica para uma aliada real no desenvolvimento.
Mas não foi só IA. As linguagens de programação seguiram em destaque, com TypeScript ganhando cada vez mais espaço no mercado, Rust se consolidando como uma alternativa segura ao C++ e SQL mostrando que, apesar de ser visto como "velho", continua essencial em qualquer stack.
E, claro, houve o impacto real da tecnologia no mundo físico – como o apagão global de 19/07/2024, causado por um simples bug de atualização da CrowdStrike. Um erro de software derrubou serviços no mundo inteiro, de aeroportos a bancos, lembrando que código não vive só na tela: ele tem consequências no mundo real.
Os temas que mais chamaram atenção
Ao longo do ano, alguns temas foram destaque, seja pela relevância, pela curiosidade ou pelo impacto no mercado.
1. A evolução da IA no desenvolvimento de software
Se no início de 2024 ainda discutíamos o futuro da IA na programação, hoje essa realidade já está consolidada. O GitHub Copilot se tornou parte do fluxo de trabalho de milhões de devs, a OpenAI, Anthropic e Google seguiram aprimorando seus modelos, e a integração entre IA e IDEs tornou-se quase padrão.
O que era um assistente tímido no começo do ano agora já ajuda a gerar código, corrigir bugs, sugerir melhorias e até criar testes automaticamente. Empresas começaram a integrar IA no workflow de desenvolvimento, desde automação de processos internos até revisão de código.
Mas nem tudo são flores. A discussão sobre qualidade do código gerado por IA foi intensa, com estudos apontando que, apesar da IA economizar tempo, a necessidade de revisão humana continua essencial. Além disso, vimos crescer a preocupação com segurança e código enviesado, com cada vez mais empresas restringindo o uso indiscriminado de copilotos para evitar vazamento de dados sensíveis.
2. Linguagens de programação: o que subiu e o que caiu
O que parecia imutável em 2023 mudou. JavaScript e Python continuam no topo, mas TypeScript subiu no ranking e hoje é visto quase como obrigatório para desenvolvimento web moderno.
Rust, por sua vez, saiu da bolha dos entusiastas e ganhou força, especialmente após grandes empresas e até mesmo o governo dos EUA apontarem a linguagem como uma alternativa mais segura a C e C++.
Enquanto isso, Java e C++ começaram a perder espaço, e SQL provou que segue indispensável, sendo a linguagem mais procurada por empregadores no ranking do IEEE em 2024.
3. Arquitetura de software e boas práticas
Outra discussão recorrente foi sobre boas práticas na construção de software. Durante o ano, abordamos temas como segurança em JavaScript e React, garbage collection, arquiteturas modulares vs. microsserviços, e até como o desenvolvimento front-end está ficando mais complexo do que nunca.
A ascensão do Bun como alternativa ao Node.js também levantou debates sobre eficiência e desempenho, enquanto o próprio Node continuou evoluindo com novas versões e melhorias.
Falamos também sobre a importância de testes, desde Test-Driven Development (TDD) até automação de testes com IA, e como a busca por código mais limpo e seguro nunca foi tão necessária.
4. Mercado, carreira e o que faz um dev crescer
Outro tema que gerou bastante interesse foi carreira e evolução profissional. Como um desenvolvedor se torna sênior? Quais habilidades são realmente valorizadas? Como crescer na área sem depender apenas de código?
Ao longo do ano, trouxemos conselhos de líderes técnicos, discutimos a importância de soft skills, colaboração e aprendizado contínuo. Vimos que um bom desenvolvedor não é apenas aquele que escreve código, mas sim aquele que resolve problemas e sabe se comunicar.
Falamos sobre como times pequenos podem ser mais eficientes que grandes estruturas e como a experiência pesa mais do que quantidade de código escrito.
5. Incidentes críticos e as falhas que derrubam sistemas
Nenhum tema gerou tanto impacto quanto o apagão global de 19/07/2024. Um bug simples em uma atualização da CrowdStrike causou uma falha em cascata que afetou sistemas críticos no mundo inteiro.
Foi um lembrete brutal de como software pode quebrar o mundo real e da importância de testes, rollback seguro e estratégias de mitigação de riscos.
Além disso, cobrimos outros casos, como falhas em robotáxis, bugs em IA e vulnerabilidades críticas em aplicações populares.
O que vem pela frente?
Se o primeiro ano foi de consolidação, o segundo será de expansão. Queremos continuar trazendo o que realmente importa para desenvolvedores, aprofundando discussões e explorando ainda mais tendências.
Algumas mudanças estão no radar:
Mais conteúdos práticos: queremos trazer mais guias e insights aplicáveis ao dia a dia do desenvolvimento.
Mais participação da comunidade: o que você quer ver na BeTalent Academy? Quais desafios enfrenta como dev?
Cobertura ainda mais ágil e relevante: o mundo da tecnologia não para, e queremos acompanhar esse ritmo de forma ainda mais eficiente.
Se aprendemos algo nesse primeiro ano, é que o conhecimento compartilhado é o que realmente faz a diferença.
Obrigado por fazer parte dessa jornada. Que venha mais um ano!