Object Temporal chega para modernizar datas e horários em JS
Novidade busca resolver limitações históricas de Date no JavaScript. Mais: o furacão "DeepSeek", agente de IA para automatizar desenvolvimento e uma lib CSS que recria visual do Counter-Strike.

Nada de IA na abertura desta vez. Vamos falar de Vanilla JavaScript. Um problema antigo da linguagem, que afeta praticamente todo desenvolvedor web em algum momento, parece finalmente estar perto de uma solução nativa: o trabalho com datas e horários.
Que o objeto Date atual, copiado do Java em 1995, tem limitações sérias, não é novidade. Muito provavelmente, você já teve que recorrer a bibliotecas como Moment.js e date-fns para fazer operações que deveriam ser simples, não?
O recurso não suporta fusos horários além do local e UTC, é inconsistente ao processar datas e sua mutabilidade pode criar bugs difíceis de rastrear. Mesmo o Java substituiu essa implementação ainda em 1997, mas o JavaScript seguiu com o mesmo código por quase 30 anos.
Temporal resolve esses problemas com uma API mais robusta e moderna. Ele é um novo objeto, que começa a aparecer em implementações experimentais em navegadores. Traz suporte nativo a fusos horários e diferentes calendários (gregorianos, chinês, islâmico), com mais de 200 métodos para conversões, comparações e cálculos.
Aplicações que dependem de agendamentos, localização ou dados sensíveis ao tempo ganham funções nativas para lidar com datas, horários e durações de forma eficiente e consistente.
A implementação mais madura está no Firefox Nightly, mas outros navegadores já trabalham em suas versões. A documentação completa, com mais de 270 páginas, está disponível no MDN, permitindo que desenvolvedores comecem a explorar os recursos.
Embora o suporte estável e multiplataforma ainda leve tempo, o Temporal representa um avanço significativo que deve reduzir a dependência de bibliotecas externas para manipulação de datas no JavaScript.
Para saber mais, há um artigo de Brian Smith, redator técnico da Mozilla, no blog da companhia. Também vale consultar a documentação técnica no MDN Web Docs.
DeepSeek muda cenário de IA e abala mercado
Lançado na semana passada — conforme divulgamos na última edição —, o modelo R1, da startup chinesa DeepSeek, causou agitação em Wall Street ao mostrar que é possível criar IA avançada por uma fração do custo habitual. O impacto levou a Nvidia a perder US$ 589 bilhões em valor de mercado em um único dia. O feito reacendeu o debate sobre inovação em IA e sanções americanas à China, além de atrair até investigações do FBI e da OpenAI sobre possível uso de chips proibidos e técnicas não autorizadas. Não bastasse, a DeepSeek sofreu falha de segurança que expôs milhões de dados confidenciais de usuários. Se você está por fora, procure "Deepseek" no Google e acompanhe as notícias.
Goose: um agente de IA para tarefas de desenvolvimento
Goose é um agente de IA que atua localmente, na máquina, e permite conectar diferentes LLM, como os da OpenAI, do Google, Anthropic e até DeepSeek-R1 a ferramentas como Git, IDEs da JetBrains e até o Figma. Entre seus recursos, estão migração de código entre linguagens, geração de testes e diagnóstico de falhas em pipelines. Um tutorial recém-publicado em seu blog, por exemplo, demonstra como ele identifica e corrige erros em testes automatizados, reduzindo o tempo gasto em depuração. Mais uma ferramenta de IA para conhecer e testar. Vale dar uma olhada na doc e no blog da ferramenta.
Programar sem planejar pode ser uma técnica válida, defende desenvolvedor
Polêmico? Na programação, não existe distinção formal entre quem planeja o código antes e quem descobre a solução programando. Em artigo que ganhou repercussão, o desenvolvedor Jimmy Miller defende essa segunda abordagem, batizada de "Discovery Coding". Para ele, alguns programadores compreendem melhor o problema enquanto escrevem código, o que permite explorar características do sistema de forma mais natural. Miller argumenta que, assim como a comunidade literária aceita escritores que não fazem roteiros, a de desenvolvimento deveria reconhecer essa forma de trabalho como legítima. Mais no blog do cara.
Erro ao publicar pacote no NPM traz lições sobre vazamento de credenciais
Um desenvolvedor compartilhou no blog da AdminForth uma experiência que rendeu aprendizados úteis sobre segurança. Ao configurar um pipeline de CI, ele incluiu sem querer um arquivo .env em um pacote NPM, expondo tokens de acesso. O caso mostra a importância de verificar os arquivos antes de publicar códigos, limitar o escopo dos tokens de acesso ao mínimo necessário e monitorar ativamente possíveis vazamentos. A falha também reforça que todo desenvolvedor, independentemente da experiência, está sujeito a erros — e por isso precisa de boas práticas e ferramentas de proteção. Mais no artigo.
Biblioteca recria interface do CS 1.6 em CSS
A biblioteca cs16.css permite recriar na web o visual característico do Counter-Strike 1.6, clássico jogo de tiro dos anos 2000 que ainda tem seus adeptos. Com poucas linhas de código, desenvolvedores podem aplicar elementos como botões, campos de texto e menus dropdown no estilo minimalista e monocromático do game, usando a fonte pixelada Arial Pixel. O projeto é open source, tem documentação em cs16.samke.me e pode ser instalado via CDN ou download direto do GitHub.
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