🔌 Microsoft avança na experiência do desenvolvedor com Copilot Extensions
Times e devs poderão usar extensões prontas e criar suas próprias. Mais: compilador para React, novas e nem tão novas linguagens, tendências em engenharia, giro na IA e um pouco de humor com LOTR

A Microsoft fez uma enxurrada de anúncios no Microsoft Build, esta semana. Entre elas, mais novidades que incrementam a Experiência do Desenvolvedor (DEX) no GitHub Copilot.
A principal delas será a possibilidade de usar Copilot Extensions, extensões que permitirão acessar e operar, por meio de linguagem natural, aplicações como Docker, MongoDB, Stripe e serviços da própria Microsoft Azure.
Em vez de ter de transitar entre aplicações diferentes e lembrar vários procedimentos repetitivos, a novidade permitirá aos devs "conversarem" com o Copilot, via VisualStudio, VSCode ou Github.com, e "obter contexto, executar ações e gerar arquivos e solicitações pull", por exemplo, deixando que a IA se encarregue das partes chatas.
Além das extensões iniciais lançadas, que serão públicas, também foi anunciada a possibilidade de desenvolvedores e times desenvolverem extensões privadas, para uso em seus dados e códigos.
Conforme o anúncio oficial, o recurso está em prévia. Várias extensões requerem convites. Já as extensões para Stripe, MongoDB e Microsoft, que inclui Teams Toolkit e Microsoft 365, estarão disponíveis no Marketplace do VSCode nas próximas semanas. O uso da extensão Azure requer assinatura do serviço.
Para usuários de negócios — embora possa servir em desenvolvimento também —-, foram anunciados o Team Copilot e o Copilot Studio, que devem estar disponíveis mais para o fim do ano.
Team Copilot é uma expansão do Microsoft 365, que funciona como um "colaborador" em ferramentas. É capaz de facilitar reuniões, gerenciar agenda, rastrear ações em conversas e até atuar como uma espécie de gerente de projetos, cobrando a equipe de prazos, por exemplo. Copilot Studio permite a criação de copilotos privados que respondem a dados e eventos, gerenciam processos de negócios e aprendem com feedback do usuário.
Fora tudo isso, a lista completa de anúncios tem muito mais, mas o que ganhou destaque foi o Copilot+ PC, novos computadores pessoais a U$999, com chips neurais (NPUs), habilitando a IA por padrão em tudo — inclusive, com recurso que já gerou polêmica, o Recall, que salva instantâneos da tela, permitindo que a IA recupere informações de toda sua navegação na máquina.
Tudo isso tem potencial de distanciar a Microsoft ainda mais dos concorrentes, como Google e Apple. No que diz respeito à DEX e recursos a desenvolvedores, parece já estar com folga na dianteira.
⚙️ Compilador open source para otimizar ainda mais o React
Meta lançou esta semana, na React Conf 2024, o React Compiler, compilador de código aberto para React, ainda experimental. O que ele faz é otimizar a renderização de aplicativos por meio de memoização automática, dispensando memoização por meio de useMemo
, useCallback
, React.memo
e outras APIs. O compilador pode verificar muitas das regras do React estaticamente e pulará a compilação quando detectar um erro. Mais na documentação e nessa notícia.
🥸 Slack coletando dados sem consentimento para treinar IA
Após o Stack Overflow fechar venda de dados para treinar modelos da OpenAI, e do Reddit fazer o mesmo, provocando protestos nas comunidades, veio à tona que o Slack está coletando dados de conversas para treinar modelos de IA próprios. As reclamações ganharam coro porque não houve transparência e porque, para cancelar o processo, a solução é jurássica: um admin de cada organização que usa Slack tem de enviar um e-mail à empresa pedindo para parar o uso de seus dados. O Slack tem tentado contornar as reações negativas.
🔣 Novas linguagens e revival de algumas antigas
Nas últimas semanas, algumas novas linguagens de programação (e outras nem tanto) ganharam mídia. Bend, desenvolvida por um brasileiro, conta com recursos de Python e Haskell, usa HVM2 e é voltada para operações massivas paralelas. Borgo tem sintaxe similar a Rust e transpila para Go, e se intitula "mais expressiva que Go, mas menos complexa que Rust". Já TypeSpec, inspirada em TypeScript e C#, serve para descrever APIs, com suporte a vários protocolos e formatos de serialização. Ao mesmo tempo, Fortran e COBOL, com mais de 70 anos, voltaram a aparecer no top 20 do índice TIOBE (possíveis motivos, aqui).
🔮 Cinco tendências em engenharia do Gartner
Gartner é uma das maiores consultorias globais e vale acompanhar tendências que mapeia, mesmo que muitas se apliquem a corporações, como estas:
Inteligência de engenharia: até 2027, metade das organizações de software usarão serviços de inteligência de engenharia de software para medir velocidade, fluxo, qualidade, eficácia e valor do desenvolvimento.
Desenvolvimento aumentado por IA: realidade já experimentada por devs, com copilotos, a prática deve escalar o contexto dos times e das lideranças.
Software verde: até 2027, 30% das grandes empresas globais incluirão sustentabilidade em software — essa tendência já apareceu aqui.
Plataformas de engenharia: até 2026, 80% das organizações de software usarão plataformas de desenvolvimento para uma experiência facilitada, integrada e segura aos devs.
Desenvolvimento em nuvem: cada vez mais, o desenvolvimento deve migrar de ponta a ponta para ambientes em nuvem, como já ocorre com outros serviços.
📦 Giro na IA: Anthropic abrindo a caixa preta e mais
Quem configurar o Chrome em inglês, a partir da versão 125, vai ter o Gemini explicando erros de JavaScript no console do DevTools.
Fora polêmicas com o time de superalinhamento e com Scarlett Johansson, OpenAI trouxe uma novidade que pode dispensar data analysts: tabelas interativas e geração de belos gráficos estatísticos diretamente no prompt (demonstração).
E a Anthropic publicou estudo em que, pela primeira vez, conseguiu-se mapear o que ocorre dentro de um LLM, isto é, estados na camada intermediária entre entrada (prompt fornecido) e saída (resposta gerada) — não é algo cabal sobre como a “caixa preta” da IA funciona, mas é um passo na sua interpretabilidade (e boa pedida para quem gosta de olhar "sob o capô" de tecnologias complexas).
🏰 Noite de karaokê na Terra Média
Tudo bem que pode ter uma questão de direitos autorais aí, mas porque é sexta-feira e porque cabe um pouco de humor, uma contribuição divertida feita com IA: The Lord of the Rings em clima de karaokê. Imagens são de Larry-fine-wine, no Reddit, e foram geradas no Midjourney — fora a sacada do dragão, Gollum fechando a sequência em estilo Death Metal ficou ótimo .
❓Você sabe usar (e explicar) o que é recursividade?
Essa é para voltar aos fundamentos. Às vezes, é mais fácil intuir ou demonstrar — principalmente recorrendo à clássica sequência de Fibonacci — do que explicar o conceito.
A propósito, a resposta à pergunta da edição anterior é: Design Patterns ("Padrões de Design") são estratégias padronizadas para resolver problemas comuns no desenvolvimento de software. Em geral, reúnem as melhores práticas amadurecidas por diversos especialistas no tempo. Embora tenham nascido na programação orientada a objetos, podem servir a outros paradigmas. Cada padrão funciona como um modelo conceitual, que orienta como estruturar código para obter determinados benefícios, como modularidade ou reaproveitamento. Ao seguir tais modelos, devs podem criar sistemas mais flexíveis, extensíveis e manuteníveis, aproveitando a "sabedoria coletiva" sem ter de reinventar a roda. Factory e Singleton são exemplos de design patterns.
Obrigado por ler!
Voltaremos com mais fatos, tendências e dicas na próxima semana. Curta, compartilhe, comente e vote na enquete. Obrigado por ler e por estar com Be!