GPT-5 chega com automação avançada em desenvolvimento
Function calls agora que aceitam texto simples em vez de JSON, entre outras melhorias. Mais: Google lança Gemini CLI, Microsoft cria IA anti-malware e Vale do Silício muda cultura.

A OpenAI lançou na quinta-feira (07/08/2025) o GPT-5, modelo que representa um salto na automação de tarefas de programação, segundo a empresa e quem testou a prévia. O sistema alcança 74,9% de precisão no SWE-bench Verified, benchmark que avalia a resolução de problemas reais de engenharia de software, superando o desempenho do modelo anterior o3, que obteve 69,1%.
O GPT-5 opera como sistema unificado que combina modelo para respostas rápidas, versão com raciocínio para problemas complexos e roteador que decide automaticamente qual abordagem usar. Tal arquitetura permite que o modelo execute tarefas de longa duração sem perder contexto.
Testes práticos demonstram capacidade de resolução de conflitos de dependências que modelos anteriores não conseguiam solucionar. Em casos documentados, o GPT-5 identificou incompatibilidades entre bibliotecas JavaScript, analisou estruturas de pastas com comandos yarn why
e implementou correções precisas em múltiplos arquivos simultaneamente.
O modelo executa chamadas de ferramentas em paralelo, o que acelera a execução de tarefas. A melhoria permite que desenvolvedores criem aplicações web completas com comandos únicos, com configuração de banco de dados, implementação de interfaces responsivas e sistemas de autenticação.
Para desenvolvimento frontend, o GPT-5 supera modelos concorrentes em 70% das comparações diretas. O sistema demonstra compreensão aprimorada de espaçamento, tipografia e estética visual.
A OpenAI introduziu function calls que aceitam texto simples em vez de JSON, reduzindo erros de formatação em entradas longas. O sistema também oferece controle granular através dos parâmetros verbosity
(baixa, média, alta) e reasoning_effort
(mínimo, baixo, médio, alto), o que permite ajuste fino entre qualidade e velocidade de resposta.
O GPT-5 está disponível na API em três versões: gpt-5 ($1,25/1M tokens de entrada, $10/1M de saída), gpt-5-mini ($0,25/$2) e gpt-5-nano ($0,05/$0,40). A versão completa suporta até 272.000 tokens de entrada e 128.000 de saída, totalizando contexto de 400.000 tokens.
Empresas como Cursor reportam que o modelo já se tornou ferramenta diária para planejamento de pull requests e construção end-to-end de funcionalidades. Windsurf documenta redução de 50% na taxa de erros de chamadas de ferramentas comparado a modelos concorrentes.
O sistema mantém taxa de alucinação significativamente menor que predecessores, com redução de 80% em erros factuais quando utiliza raciocínio aprofundado. Esta melhoria é fundamental para ambientes de produção onde precisão técnica é requisito crítico.
Apesar do desempenho elevado em programação, o GPT-5 não apresenta o mesmo avanço em tarefas de escrita, segundo testes da comunidade. Testes comparativos mostram que modelos anteriores, como GPT-4.5, ainda oferecem resultados mais consistentes na produção de textos criativos ou de comunicação corporativa.
A adaptação do GPT-5 a diferentes contextos também depende de instruções estruturadas que orientem seu comportamento. Em vez de apenas fornecer grande volume de contexto, recomenda-se indicar objetivos, recursos disponíveis e critérios de conclusão, aproximando a interação de um processo de supervisão. Essa abordagem aumenta a precisão e reduz a necessidade de múltiplas iterações.
Mais no anúncio oficial, neste guia da OpenAI para devs, nesta review da revista Every e nesta outra da newsletter Latent.Space, uma das melhorias na área de IA generativa.
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