Como liderar projetos de software em alta velocidade
Comunicar excessivamente é virtude, não defeito, diz profissional da Anthropic. Mais: migrando do Next.js para TanStack, comparador de compatibilidade entre runtimes e jogo da cobra com TensorFlow.js.
Em um mercado acelerado com sprints cada vez mais curtas, o gerenciamento eficaz de projetos tornou-se uma habilidade crítica para empresas de tecnologia. Ben Kuhn, profissional da Anthropic (empresa de IA), publicou recentemente um detalhado guia que compartilha seu método para conduzir projetos complexos em ambientes de alta pressão – uma realidade familiar para muitos desenvolvedores.
O texto de Kuhn não é apenas mais um manual teórico. Pelo contrário, é um relato prático fundamentado em experiências reais de "gerenciamento de projetos em crise" – momentos em que coordenou implementações críticas com prazos apertados. A abordagem proposta abrange desde projetos emergenciais até iniciativas de longo prazo, com uma observação importante: o gerenciamento excelente de projetos é mais raro do que deveria ser.
Cinco pilares fundamentam sua metodologia:
Foco total ao projeto transforma a eficiência. Kuhn desmistifica a ideia de que gerenciar informações seja algo simples. Para seus projetos de crise, ele limpou completamente sua agenda e investiu mais de seis horas diárias apenas na organização. Isso garantiu que o projeto permanecesse como ideia principal em sua mente, evitando o "piloto automático" e permitindo reflexões contínuas sobre mudanças de estratégia e prioridades. Mesmo para projetos não emergenciais, ele recomenda reservar tempo dedicado diariamente para verificar status e contemplar prioridades.
Plano detalhado para vitória identifica problemas antecipadamente. Um dos modos de falha mais comuns em projetos complexos é "não surtar logo o suficiente" quando as coisas começam a dar errado. Kuhn considera essencial manter um plano detalhado com passos concretos que culminem no objetivo final. Em um projeto recente, esse planejamento permitiu identificar três meses antes do lançamento que haveria dificuldades, possibilitando o pedido de reforços. Apesar de não eliminar totalmente os riscos de subestimação, ter um planejamento cuidadoso e verificá-lo constantemente proporciona maior segurança ao projeto.
Ciclo OODA acelerado define o sucesso em ambientes incertos. OODA (Observar, Orientar, Decidir, Agir) é o processo pelo qual equipes atualizam seus planos com base em novas informações. Em projetos complexos, Kuhn observa que obter informações completas geralmente constitui a parte mais difícil do trabalho. Em um exemplo revelador, ele descreve como um projeto de lançamento de treinamento teve praticamente todos os passos críticos relacionados ao processamento de informações, não à codificação. Para acelerar esse ciclo, ele recomenda dedicar tempo específico, comunicar intensamente e atualizar frequentemente as prioridades.
Comunicação excessiva é virtude, não defeito. Para que todos façam decisões autônomas de qualidade, Kuhn defende repetir as mesmas informações muito mais vezes do que parece necessário. Isso cria uma consciência coletiva onde todos entendem o andamento do projeto e como seu trabalho se encaixa no objetivo maior. Em sua experiência gerenciando equipes na Anthropic, reuniões síncronas duas vezes por semana provaram-se mais eficazes para criar conhecimento comum do que atualizações assíncronas diárias, mesmo parecendo "comunicação demais" para os padrões da empresa.
Subprojetos gerenciáveis ampliam o alcance da execução. Quando um projeto supera dez pessoas, Kuhn afirma que é impossível rastrear tudo em detalhes suficientes. Nesse momento, torna-se crucial delegar não apenas a execução, mas também o gerenciamento. A unidade ideal de delegação deve ser um objetivo simples, claro e de alto nível, com sobreposição limitada com outros fluxos de trabalho. Contraintuitivamente, os melhores gerentes de projeto frequentemente não são os colaboradores individuais tecnicamente mais fortes, mas sim pessoas altamente organizadas e focadas nos objetivos finais.
Para aplicar esses conceitos na prática, Kuhn disponibiliza um "kit inicial" completo com ferramentas como estruturas de reunião semanal, modelos de documentos de acompanhamento, normas de comunicação e rotinas de retrospectivas. São ferramentas que qualquer equipe pode adaptar e implementar rapidamente.
A lição mais valiosa talvez seja que gerenciar projetos bem não exige habilidades sobrenaturais, mas sim uma abordagem sistemática e disciplinada. Como o próprio Kuhn ressalta, mesmo durante seus projetos mais intensos, ele não sentia estar fazendo nada extraordinário – apenas aplicando princípios sólidos com consistência e dedicação. O guia completo é um pouco exigente (~24 minutos de leitura), mas vale pelos ensinamentos.
Trocando Next.js por TanStack + Vite, no relato de um dev
Desenvolvedor Kyle Gill publicou por que tem migrado seus projetos do Next.js para o TanStack. Em seu texto, ele argumenta que as otimizações avançadas do Next.js são desnecessárias para a maioria dos apps. O TanStack Router oferece autocompletar e validação com Zod, enquanto o Query simplifica o gerenciamento de estado do servidor. Combinados com Vite, fornecem uma alternativa com compilação rápida e APIs mais simples. Gill ainda destaca problemas do Next.js como depuração complexa, servidor de desenvolvimento lento e três camadas separadas de cache. "Quando precisar daqueles milissegundos extras, talvez eu volte", conclui. Mais no ensaio completo.
Comparador de compatibilidade de APIs entre runtimes JavaScript
O site runtime-compat.unjs.io permite comparar APIs JavaScript entre diferentes ambientes de execução. A tabela interativa mostra o suporte a 87 APIs em nove runtimes populares como Node.js, Deno e Bun, facilitando decisões. Desenvolvido com base no formato do MDN, o projeto ainda está em fase de aprimoramento e busca contribuições para corrigir inconsistências. Uma consulta rápida permite ver que recursos como AbortController, Blob e ReadableStream têm suporte variado entre as plataformas. Mais no site da ferramenta.
Modelos de IA abertos acirram competição: Gemma 3 e Mistral Small 3.1
Google e Mistral AI lançaram novos modelos abertos que representam avanços para aplicações em hardware limitado. Gemma 3 (27B) e Mistral Small 3.1 (24B) oferecem recursos similares: processamento multimodal, contexto de 128K tokens e suporte multilíngue. Ambos rodam em GPUs individuais com alta performance — Mistral com 150 tokens/segundo. Gemma usa a tecnologia do Gemini 2.0, enquanto Mistral, com licença Apache 2.0, afirma superar concorrentes incluindo o próprio Gemma em benchmarks variados. Ambos estão disponíveis via Hugging Face e suas respectivas plataformas. Mais nos anúncios do Gemma 3 e do Mistral Small 3.1.
Piscina 5.0 traz suporte a threads de longa duração no Node.js
A lib Piscina, que facilita o gerenciamento de pools de threads em Node.js, lançou sua versão 5.0 alpha. A principal novidade é o suporte a threads de longa duração, permitindo que processos assíncronos continuem rodando mesmo após a resposta de uma tarefa. A atualização também traz a nova fila FixedQueue, que demonstrou ser até 6x mais rápida que a implementação anterior, especialmente em filas com 100 mil tarefas, por exemplo. Excelente para aplicações que precisam distribuir trabalho intensivo em CPU sem bloquear o loop principal. Mais no repo oficial.
Jogo da cobra com TensorFlow.js via Docker: deep learning na prática
Um tutorial prático combina TensorFlow.js com Docker para implementar inteligência artificial no navegador através do clássico jogo da cobrinha (Snake). A aplicação apresenta uma rede neural que aprende a jogar sozinha, melhorando suas estratégias após cada partida. O projeto serve como introdução a devs que sempre tiveram curiosidade em testar ou brincar com ferramentas do deep learning, como o TensorFlow. Para experimentar, basta ter o Docker instalado e rodar a aplicação. Mais no tutorial completo.
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