☁️ AWS expande automação no desenvolvimento com arsenal de IAs
Conferência anual da empresa trouxe vários anúncios na área. Mais: JavaScript completa 29 anos, um "Figma" para React, ChatGPT Pro a US$ 200 e conselhos sobre complexidade em software.

A AWS (Amazon Web Services) revelou na re:Invent 2024, sua conferência anual em Las Vegas, uma série de ferramentas baseadas em IA voltadas à automação do desenvolvimento. O Amazon Q Developer, principal novidade, agora foca em automatizar tarefas repetitivas, da geração de testes unitários e documentação à conversão de aplicações Windows para Linux.
Ainda em preview, a funcionalidade de migração do Q Developer permite converter aplicações .NET Framework para o moderno .NET Core, compatível com Linux, por exemplo. Em um caso apresentado na conferência, a Signaturit, empresa europeia de assinatura digital, realizou em alguns dias uma migração prevista para durar até 8 meses. Os números apresentados pela AWS sugerem economia de até 40% em custos na migração.
O CEO da AWS, Matt Garman, aproveitou para alfinetar a Microsoft com o recurso: "Os clientes adorariam um botão fácil para sair do Windows. Estão cansados dos constantes problemas de segurança, das atualizações frequentes, dos desafios de escalabilidade. E definitivamente odeiam os custos onerosos de licenciamento".
Na frente de produtividade, o Q Developer automatiza a geração de testes unitários, documentação e revisões de código, na mesma linha do GitHub Copilot e outros assistentes de IA.
No campo de modelos de IA, o Amazon Bedrock ganhou o Model Distillation, recurso de otimização que busca equilibrar desempenho e custos. Em testes divulgados, um modelo Llama de 405 bilhões de parâmetros foi reduzido para 8 bilhões, resultando em ganho de 500% em velocidade e redução de 75% em custos, com perda de precisão de apenas 2%.
Um dos desafios mais críticos no uso de IAs — as alucinações — é alvo do Automated Reasoning Checks, do Bedrock Guardrails. O sistema verifica a precisão das respostas geradas a fim de fornecer informações mais confiáveis, principalmente a usuários finais de aplicações que utilizam a AWS.
Em movimento que sinaliza busca por maior autonomia no mercado de IA, a AWS também lançou sua família de modelos Nova, com versões especializadas: Nova Micro (texto), Nova Lite e Nova Pro (multimodais), Nova Canvas (imagem) e Nova Reel (vídeo). O diferencial alegado é o custo: 75% menor que modelos similares no Bedrock.
Na infraestrutura necessária para treinar esses modelos, a empresa estaria planejando para 2025 o Project Rainier, supercomputador equipado com "centenas de milhares" de chips Trainium2 próprios. O projeto deverá atender a Anthropic, parceira que recebeu US$ 7 bilhões em investimentos da Amazon, e que hoje é uma das principais concorrentes da OpenAI.
As melhorias se estendem aos serviços tradicionais: o S3 Tables, nova versão do sistema de armazenamento, propõe consultas três vezes mais velozes em tabelas Apache Iceberg. Já o Aurora DSQL, banco distribuído, apresenta desempenho quatro vezes superior ao Google Spanner em transações SQL.
O The Register, que acompanhou a conferência, observa que a AWS parece determinada a usar IA para causar disrupção em várias frentes, da migração de sistemas ao desenvolvimento de software. Em jogo, obviamente, está uma disputa pelo domínio do mercado de desenvolvimento em nuvem, seu core business, mais do que a IA. Mais sobre as novidades no blog da AWS.
❗ Não atendemos o prazo, mas mantemos a promessa!
Dissemos na edição anterior que iríamos enviar feedbacks a todos que estão participando de processos seletivos conosco durante a semana. Não atendemos o prazo, mas mantemos a promessa. Em breve todos, independentemente de aprovação ou não, receberão feedbacks sobre seus testes, entrevistas e demais etapas. Acompanhem seus e-mails, como sempre. Também já tivemos algumas primeiras contratações, como em Backend e QA. Acompanhem a BeTalent que seguiremos abrindo processos seletivos.
🎂 JavaScript completa 29 anos em meio a disputa por marca
Em 4 de dezembro de 1995, Netscape e Sun Microsystems anunciaram JavaScript, linguagem que se tornaria central para a web. Criada para complementar o Java e permitir aplicações interativas no HTML, o anúncio inicial destacava que JS seria uma linguagem de script aberta e multiplataforma, para pessoas com pouca experiência em programação. A história de JS é cheia de "emoções" — da confusão com Java ao Ajax, das brigas por padronização até o Node.js, que reinventou a linguagem —, e suas origens ainda reverberam em disputas como essa, lançada em novembro pelo Deno, em torno da marca "JavaScript", que é de propriedade da Oracle e ainda gera problemas para uso em eventos e documentações.
🎨 Editor visual de código quer ser o "Figma dos apps React"
Inspirado no Figma, Onlook é um novo editor visual de código aberto que permite desenvolvedores editarem interfaces React diretamente no navegador. A ferramenta se integra a qualquer aplicação que use TailwindCSS e oferece recursos familiares aos designers, como arrastar e soltar elementos, copiar e colar componentes, e ajustar propriedades visuais. As mudanças são automaticamente convertidas para código e aplicadas no local correto do projeto. O editor está disponível gratuitamente para Windows e Apple Silicon, e seu código pode ser encontrado no GitHub, onde tem mais de 4 mil estrelas.
📊 Como a Airtable escalou TypeScript para milhares de projetos
O Airtable compartilhou esta semana como conseguiu escalar sua base de código TypeScript de 50 para quase 3 mil projetos, reduzindo o tempo de verificação de tipos em 65%. A migração resolveu problemas como alto consumo de memória e build sequencial, que prejudicavam o desenvolvimento. Para isso, a empresa criou extensões do Bazel para analisar dependências entre módulos, automatizou a criação de interfaces com Copilot — IA do Github para código — e desenvolveu ferramentas para detectar ciclos de dependência. Com projetos menores e mais focados, os desenvolvedores passaram a ter melhor performance de cache e builds mais rápidos. Mais no The Airtable Engineering Blog.
💲 OpenAI lança ChatGPT Pro por US$ 200 mensais
A OpenAI apresentou uma nova versão do ChatGPT voltada a usuários que precisam de mais poder computacional e confiabilidade em suas tarefas. O ChatGPT Pro, disponível por US$ 200 mensais — cerca de R$ 1.200,00 na cotação atual —, dá acesso ao modelo o1 em modo pro, uma versão que oferece respostas mais precisas e abrangentes em áreas como ciência de dados e programação. A empresa destaca que o modelo apresenta melhor desempenho em benchmarks de matemática, ciência e codificação. O plano também oferece acesso ilimitado aos modelos o1-mini, GPT-4o e Advanced Voice. O anúncio oficial traz mais detalhes.
🔄 Complexidade em software não desaparece, apenas se transforma
Um sistema de software não se torna complexo apenas por ser grande ou difícil de usar, mas pelas interações entre suas partes, que geram comportamentos imprevisíveis. Em vídeo, Peter van Hardenberg, um dos primeiros engenheiros da Heroku, explica que a complexidade é um aspecto natural do desenvolvimento e tende a se manter num ponto de equilíbrio — mesmo quando a equipe simplifica um sistema, novos requisitos e funcionalidades voltam a torná-lo complexo. Não há como evitar isso com melhores ferramentas, pois a complexidade reflete escolhas e necessidades. A alternativa, sugere van Hardenberg, é buscar formas de lidar com ela, seja minimizando dependências, reduzindo o escopo ou isolando partes do sistema.
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